domingo, 27 de setembro de 2009

Chorume

Vamos nos mecanizar, americanizar
Amar o óbvio imposto pelos porcos
Sujar de lama a consciência limpa
E senti-la mais limpa após o gozo

E gozar

Gozar dos bons
Dos falsos bons
E aplaudir os carrascos pela dignidade
Pela maldade sincera, sinceridade quase extinta

Desfaça tua cara de espirro
Quero te sentir por dentro
Ver se há um dólar ou um cifrão
No lugar de um deficitário coração

Quero procurar entender
Se você, seu velho com seus jogos,
Domina a razão e emoção
Ou se a razão monetária
Fez-te prisioneiro de ti mesmo
Fazendo tua mente pensar
Que a vida é apenas a ausência da morte
E a morte nada mais que tua vontade

Diga-me, sanguinário conspirador,
Se ainda controla tua voz louca
Se teu modelo de inquisição à bala
É mais viável que a tortura a quebrar ossos
Afinal, não queres extrair confissão alguma,
Queres que se cale pra que não diga nada
Não pense nada, não seja nada

Cobrir-vo-eis de honrarias
Pois com os corpos adubas bem a terra
Onde brotará mais um filho teu
Que se alimenta de defuntos podres
E é desprezado pelos vermes.

sábado, 12 de setembro de 2009

E pra não dizer...

pra não dizer que não falei das flores...

Das minhas flores artificiais, minha dor “já não cabe na batida do meu pobre cavaquinho”, “juntar todo o sofrimento pra botar nesse chorinho”...

Escolha muleque!!! O que você vai ser quando você crescer??? Escolha a área!!! Agora o curso!!! Passou!!! Agora o assunto!!! Agora a periodização!!! Agora a metodologia!!! Agora a teoria!!! Há há há

Agora, coitado, você não escolheu nada!!! E “quem é você? Diga logo que eu quero saber seu jogo”??? Você é só a vitória-régia, das amazonas sabe?

PARABÉNSSSSS.... VOCÊ FOI INSTITUCIONALIZADO!!! Você foi condecorado com um título!!! Pra mantê-lo, especialize-se....

“Deixa o dia raiar que hoje eu sou da maneira que você quiser, seja você quem for, seja o que dEUs quiser”

“Acorda, acorda, acorda, mata-me de rir”.... E a vontade de entender física? Matemática? Filosofia? Literatura? CALA A BOCA FÍ, SE LIGA, VOCÊ SÓ SABE DO TEU TÍTULUMBIGO!!!
Fique sem a prepotência de dizer que nasceu fora do seu tempo querendo dizer que é um homem do futuro...Ta mais pra passado, até antes de cristo... e porque cristo? “Vininha velho, saravá!”

“E nada como um tempo após um contra-tempo”.... Mileto, Platão, Aristóteles eram especialistas?

Em tempos passados poderíamos entender um pouco de tudo... agora estude apenas um artigo de um jornal até seu pós-doutorado e seja feliz.... Há há há..... que maldade!!! “No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido!!” Ta certo?

Curiosidades.... como mantê-las dentro de si sem deixá-las escapar sem se comprometer? Éh, será que só nessa vida fake temos tempo pra não ter tempo de ganhar dinheiro?

Onde nos levaria a Teoria de Tudo de Einstein? Ao homem de amanhã? Ou a uma casa do campo onde eu possa compor muitos rocks rurais? É, ele morreu antes!!!

E pra não dizer que não falei das flores artificiais....

O ser especialista leva a círculos cada vez mais fechados da nossa sociedade e “arrasa o meu projeto de vida”... Se a nova (um pouco senil) proposta para a educação é tematizar, por que não se consegue tematizar os pojetos dentros de uma mesma universidade?
Em um campus pequeno por que não há a menor ralação entre os cursos? Não dá nem pra sentar na mesa do bar da frente da faculdade agrupando pessoas de exatas e humanas em um mesmo papo! “Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas, eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais”. E se a ciência provar o contrário? Há há há... “Serás a minha paz”...

E a educação? E a escola?

Se as afirmativas de que, já na virada do século XIX ao XX havia uma política de democratização do ensino, em que reunia-se pessoas de diversas classes ou grupos sociais dentro de um mesmo espaço educacional, que nosso avós e pais dizem que eram melhores em relação a hoje, fossem verdades, não haveria a manutenção do poder nos mesmos sobrenomes até hoje.

É certo que tal reunião de camadas sociais diversas ocorria no espaço escolar e que existiam escolas públicas mais destinadas à elite e outras mais a populares, entretanto, não simplifiquemos a exclusão. Pode-se observar uma exclusão tanto dentro do sistema de ensino quanto dentro da própria escola e suas respectivas divisões dentro de uma mesma série. Divide-se as séries em A, B, C, etc., colocando respectivamente os alunos fortes, médios e fracos. Dessa forma, pode-se observar uma nova forma de exclusão, interna, sendo acompanhada de conteúdos diferenciados, gerando a partir já do primário desigualdades sociais se considerarmos o capital financeiro, capital social, capital cultural e o ethos de classe presente em cada uma dessas subdivisões forçadas. Segrega-se internamente o itinerário escolar, o tipo de estudo, o estabelecimento de ensino, a sala de aula, as opções curriculares, gerando uma exclusão branda, contínua e invisível, roubando o termo dos físicos, químicos e biólogos, a olho nu. Conserva-se em seu interior os excluídos postergando sua eliminação e reserva-se a eles os setores mais DESVALORIZADOS da educação, em geral, e da escola, em particular.

A escola como transformadora social é uma mentira presente no (in) consciente coletivo pois na maioria das vezes é mantenedora das subdivisões sociais. Mantém, sim, os privilégios de classe. Pode ser considerada mais uma mentira a questão do dom do aluno, pois, se seu ethos de classe, que seria uma visão subjetiva do alcance de um futuro objetivo, for limitado por diversos fatores estruturais, sociais, econômicos ou empíricos, e a escola o encaminhar dentro de uma série “fraca” e não predispor o aluno a engendrar, mesmo que imperceptivelmente, questões que o avulte em capacidades diversas, pode não haver nenhuma mudança na vida do aluno e o ofício do professor se torna apenas parte do sistema, o mesmo sistema que o ensinou, ou não, a exercer seu ofício excludente.

MANTÉM-SE A ESCOLA COMO UMA DAS INSTITUIÇÕES PRINCIPAIS DA MANUTENÇÃO DOS PRIVILÉGIOS

A única coisa coerente neste (b)post é a quantidade de álcool em relação às idéias.... há há há...

Abraça