Sabem eu passei um bom tempo na frente do computador pensando se escreveria, ou não. Escrevi e apaguei várias vezes, até que decidi escrver em forma de desabafo.
Hoje recebi um e-mail de uma amiga que faz pós na Puc-SP comigo, falando sobre a aprovação de lei, que prevê aumento de até 25% no sálario para os professores do Estado de São Paulo.
Logicamente o governo não é tão bonzinho assim, só terão aumento os professores que se derem bem em um sistema de avaliação que vai desde uma prova até a quantidade de faltas, e o tempo de permanência na mesma escola, mas a questão é que esses aumentos beneficiarão apenas 20% do total dos professores. Em nota a presidente da Apeoesp, disse que não deixarão passar em branco tal decisão, vão se manifestar.
Isso me fez pensar em tudo o que vive e vi da graduação até agora, quando estou p/ terminar essa bendita pós. Desde o primeiro ano da graduação é a mesma merda.
Sempre ouvi que os professores são mal pagos, as escolas estão sucateadas, a educação no país é uma piada, e eu devo ser retardado, porque me formei em licenciatura!! Todos os professores nos enchiam de suas dolorosas e traumáticas experiências dentro da sala de aula. A maioria dos alunos já saiam carregados com um discurso sobre coisas que nunca viveram. Na pós estamos tendo aula de Prática de Ensino Superior, e no Sábado dia 17/10/2009 ouve um Fórum na Puc organizado pela ANPUH e pela AGB com a participação da Apeosp, então fomos dispensados da aula para participar.
Houve várias discussões em varias salas sobre material didático, reformas curriculares, cotidiano em sala de aula, avaliações intitucionais e mais algumas de que não lembro. Resolvi entrar então na classe onde se discutiria as reformas curriculares e avaliacão intitucional. Digo deveria, pois o mais engraçado é que parecia terapia em grupo.
A senhora que organizava a discussão, era professora da USP e da PUC e fazia parte da AGB, não me lembro do nome da fulana, ela começou se apresentando e disse sobre a importância do Fórum e pediu para cada um se apresentar e dizer o esperava do encontro, aí foi onde tudo começou a foder.
Éramos em uns trinta, e tinhamos uma hora para a discussão, imagina....
Meu nome é fulano, sou formado em blá blá blá, estou na rede publica desde de blá blá blá, enfrento blá blá blá... foi chegando perto da minha vez e eu pensava no que iria falar...
Como todos estavam reclamando e sendo trágicos eu pensei vou fazer o mesmo né? Comecei a articular "Eu me chamo Fulano, atuei como eventual no Estado durante alguns meses, mas o sálario é muito baixo, não dava para pagar nem minha dispesa de ônibus que gasto da minha cidade até aqui, pois moro no interior a 400 Km de São Paulo, passo 12 horas por sábado dentro de um ônibus, para assistir apenas 7 horas de curso, vou chegar na minha casa depois da meia noite, tendo que acordar cedo e trabalhar até as 13h, para pagar uma pós onde a maioria dos merdas ficam reclamando da vida!" mas me contentei em dizer que o assunto era muito interessante e queria saber a posição da academia frente aos descasos do governo para com a educação.
A discussão se estendeu com os mesmos chavões de sempre, as mesmas reclamações, as mesmas críticas, os mesmos marxistas axilares (como diz o prf Antonio Rago Filho se referindo aos que põe O Capital em baixo do braço e acha que o cérebro vai sugar o conteúdo através das axilas), mas nenhuma ideia de solução.
O pior é que na hora da greve os mesmos que reclamam, são os primeiros a não aderirem para não perderem a licença premio, ou se aderem vão para o rancho descansar. A greve do ano passado quando tava começando a esquentar veio a decisão da Apeoesp de deveriam voltar as aulas, e não conseguiram metade dos beneficios sugeridos e agora vem me falar de manifestação? Tomara, mas................A categoria está desarticulada, o sentimento individualista prevalece, os interesses particulares....
Na Segunda meu celular tocou, vi pela bina que era de uma escola da qual enventuei, não atendi. Na Terça uma outra escola me ligou no telefone fixo e me perguntaram se eu queria uma licença de 15 dias, me arrepiou todos os pelos e eu disse que não podia,e de fato não posso, não agora.
Precisei pensar sobre o desespero que me deu ao me imaginar entrando naquela escola, justo naquela, se eu não quero mais ser professor, se so estava sobre efeito da terapia em grupo, várias coisas se passaram pela minha cabeça, mas uma coisa eu sei, Educação não é lugar para aventureiros, ou você acredita e seja um ponto de contradição dentro deste Sistema, ou vá ser feliz fazendo outra coisa, vá vender cocos na praia, tomate na feira, carne no açougue, mas não fique apenas reclamando, faça acontecer ou dê lugar a outro.
Tomo minha decisão, e farei o melhor que puder, minha consciencia não me permite o contrario, será de que todos tem coragem de fazer o mesmo? É como publicar esta postagem, fiz minha parte em escrever, se vão ler, se vão gostar, não sei....
FODA-SE.......NÃO TENHO TEMPO PRA GANHAR DINHEIRO MESMO!!!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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